terça-feira, 13 de março de 2012

Bêbado e sem sorte

A quem eu quero enganar?
Eu sou um bêbado
Um perdedor
Perco a vida
Ganho dor
Dor de cabeça e de alma
Por que beber
Me transforma em um resto
Apaga tudo
Que um dia eu fui
Que eu nunca vou ser
Eu não quero mais
Ser um bêbado
Eu não quero mais
Vomitar a esperança
Assim, o espaço que um dia foi da criança
Vai se preencher de amargura
E dor
Dor de cabeça
Dor de esqueça
A vida é muito curta
Pra continuar
A viver ou beber?
Ou um ou outro
Ou um ou a morte
Que quem sabe com sorte
Me poupe da cirrose
Eu não nasci com sorte
Eu nasci pra morrer
Mas não precisa ser de tanto beber
Que difícil que é escolher
Um caminho tão óbvio
Que chega no velório
Do melhor amigo
Meu fígado cresceu contigo
Mas não precisa morrer de dor

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