segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Aberta a temporada de caça

O cão negro me fareja
Mas nele não vou me abraçar
Ele é fétido
Ele é imundo
Ele mancha com cinza
Todo colorido da manhã
O cão negro é lúgubre
Cava a terra e manda que eu me deite
Na sua tumba
Na minha tumba
Ele me deu de presente
Como quem ama a tristeza
E não deixa partir
Confusão
Confusão de neurônios
Confusão de martírios
No lugar menos ensolarado da cidade
Nessa noite eu te encontrei
No lugar menos bem visto da cidade
Nessa noite tu me matou
Me beijou
Me matou
Me sorriu
Me mentiu
E como quem ama o abraço
Me abandonou
Sem sair do lugar
Me abandonou
Sem me abandonar
O cão negro é teu guarda?
O que ele quer guardar?
Não me deixa mais amar
O próprio amor
Não me deixa mais pensar
Tenho sono
Hoje eu tenho sono
Trágico!
O sono dos tolos
Chá doce
Baba de cão
Negro
Baba negra
Amarga e azeda
Ah cão negro
Eu ainda vou te pegar
Te afogar com teu próprio veneno
Eu ainda vou te pegar
E provar teu sangue
Vai ser doce
Para nós dois
Tu não gostas de mim
Bebe mais um pouco
Para de me falar isso
Não é teu direito
Não sou teu por direito
Tu não vai me matar
Tu não vai me buscar
Tu não vai mais me ter
Eu sou teu dono
Eu decido teu fim
Coitado do cão negro
Vai sofrer mais do que EU já vivi
Mais do que EU já vi
Mais do que EU já venci.

Um comentário:

  1. Isto é um sim :
    andreia_rodrigues__@hotmail.com

    adiciona terei todo o gosto em falar contigo :D

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